COP 23 da ação ao processo Talanoa.

Após um prolongamento dos trabalhos e negociações para permitir um entendimento em áreas relacionadas com o financiamento, chegou ao fim em Bonn, já na madrugada de 18 de novembro, a 23ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP 23). Os países preparam-se para adotar um roteiro para o denominado Diálogo Talanoa (palavra fijiana para conversa). Trata-se de um processo que, em última instância, deverá aumentar a ambição das metas climáticas de todos os países para o ano 2030, após a próxima Conferência do Clima, a realizar em dezembro de 2018, em Katowice na Polónia.

A Defensores do planeta esteve na COP 23, estiveram o diretor executivo Mauro Pereira e o coordenador da juventude Gabriel Guimarães que neste ano foi a voz da juventude da zona oeste do Rio de janeiro, dentre nossas pautas: a apresentação do projeto Mini COP de educação em mudanças climáticas, defesa da floresta de Deodoro, Parque estadual do Mendanha, denunciamos a destruição da Amazônia e o passivo socioambiental da TKCSA.

“Falar de mudanças climáticas sem a inclusão da juventude nos debates, é como planejar o futuro sem a sua consolidação. A juventude é a força que vive em dualidade, estando e mudando o presente para que haja futuro. A juventude é a resistência, e como parte da sociedade também sofre com os efeitos das mudanças climáticas”. Afirma Gabriel Guimarães coordenador dos jovens em ação da Defensores do planeta.

Nesta Conferência em Bonn, além do compromisso de discutir a forma de ampliar a ação climática, os países fizeram progressos modestos no desenvolvimento de um texto de negociação para o “Livro de Regras de Paris”, que inclui as diretrizes necessárias à implementação do Acordo de Paris. Ainda há muito trabalho a ser feito, já que as regras devem ser finalizadas no próximo ano para serem adotadas na próxima Conferência em 2018.

Também se registaram progressos limitados nas questões concretas relacionadas com o financiamento climático e como lidar com os impactos catastróficos das alterações climáticas, como os que alguns países vulneráveis sofreram nos últimos meses. As decisões apenas aprovaram o processo para discutir estas questões, não definindo ainda as ações concretas, que voltaram a ser adiadas para 2018.

Preparando tudo para aumentar o seu objetivo climático para 2030 através do desenvolvimento da nova estratégia carbono zero para 2050. É necessário fazer mais e muito mais rápido, na medida em que o ritmo atual das negociações não coincide com a urgência da ação climática, nem com a velocidade de transição energética para as energias renováveis e acessíveis a todos.

“Esperamos que o novo dialogo Talonoa  alcance o progresso das propostas e ações para atingir o objetivo de limitar o aquecimento do Planeta a 1,5 graus Celsius  até o final do século, pois  no fim de outubro, a  ONU Meio Ambiente divulgou um novo relatório afirmando que as promessas nacionais feitas pelos países no Acordo de Paris representam apenas um terço das ações necessárias para alcançar metas relacionadas ao clima e evitar os piores impactos da mudança climática, ou seja mais que palavras precisamos de ações.” Afirma Mauro Pereira diretor executivo da Defensores do planeta.

Fonte: UNFCCC